quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cidadãos invisíveis.


Ignorados, nas calçadas frias e imundas eles dormem. Gritam pedidos de socorro nada contidos, se debatem, conversam em monólogos com alto tom de voz em línguas por vezes desconhecidas. São loucos, bêbados e infelizes, os coitados. São animais no zoológico, atração de circo, vermes humanos. Escória*, alguns dizem.











*escória - Coisa sem valor; objeto desprezível. Parte mais baixa da sociedade, as pessoas pobres e incultas; plebe, canalha, gentinha, zé-povinho, ralé.

A bebida ou a droga os amortece, alivia um pouco a sua posição social, a sua realidade. A dor, a tristeza, a falta de horizonte, a solidão. Solidão.
São poetas sem registros, contadores de histórias ao léu, críticos ferrenhos sem um quadro no jornal da TV ou uma página na internet. Cabeças pensantes, olhos que vêem, Ouvidos que escutam, bocas que falam e corações que sentem. São totais.

Vivem.Desperdiçam.Sofrem.Morrem.
Quem somos nós para julgá-los? Nós em nosso soberano conforto...Nosso mundinho macio cheirando a amaciante e colônia...Sem saber da real história dessas "criaturas" os julgamos do topo de nosso altar da justiça, moral e bons costumes. Criticamos, esbravejamos, escarramos. Desmerecemos pela aparência, pela "opção", pelo desapego. Vazios somos nós, que continuamos a viver cegos por vendas impostas, de mãos atadas e com grandes bocas falantes de falso moralismo. Cabeças plugadas na mídia inconsequente e cérebro sempre hibernando. Inúteis fantoches porém, bem trajados.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ouro de Tolo

Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego, sou um dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês... Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista. Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73... Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema depois de ter passado fome por dois anos aqui na Cidade Maravilhosa... Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida, mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa... Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado... Porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto "e daí?", eu tenho uma porção de coisas grandes prá conquistar e eu não posso ficar aí parado... Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo prá ir com a família no Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos... Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, carro, jornal, tobogã. Eu acho tudo isso um saco... É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota. Saber que é humano, ridículo, limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal... E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social... Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar... Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê assenta a sombra sonora de um disco voador... Ah! Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar... Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê assenta a sombra sonora de um disco voador...

PECADOSDOAGORA!

Gula da Inveja
Avareza de Ira
Preguiça de Luxúria

Inveja da Ira pela Avareza
Luxúria é Inveja de Luxúria
Preguiça Soberba da Ira

Preguiçoso na era da Soberba
Avarento no tempo da Luxúria
Invejoso na lógica da Preguiça

Soberbo de Preguiça da Inveja
Irado pela Luxúria de Preguiça
Guloso de Ira pela Soberba

Soberbo de Preguiça da Inveja
Guloso de Luxúria pela Avareza
Irado pela Luxúria de Preguiça




Ápice de criatividade de Nego Julio Cesar.
www.kajewski.com.br


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fórmula.

A colônia habitada por nós é formada por muitos, muitos indivíduos. Estes vivem separadamente, cada um em um universo particular, cada qual composto por 2 fatores principais - deixando-se de lado o físico: a tal alma e a conhecida personalidade. A última é sempre destacada e tem tendências egoístas, sempre visando
benefícios próprios. A primeira nos possue, é proprietária desta fatia sangrenta de carne - esta relação é normalmente entendida contrariamente (nossa personalidade "pensa" possuir uma alma em "seu" corpo). A alma tem tendência à solidão, ela vem a este mundo só, e ainda assim é altruísta, pois entende que estamos atados uns aos outros de alguma forma mágica. Ou seja, precisamos uns dos outros para evoluir. Não usando pessoas como degraus, mas sim unindo forças verdadeiramente, causando mudanças positivas nas outras pessoas e em nós mesmos. Assim teremos a
essência do amor, exteriorizaremos Deus e receberemos esta energia.
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Esta rotina, este dia a dia em que constantemente temos que viver, é um laboratório onde testamos atitudes, observamos fatores e obtemos resultados. Cada experiência nos traz conclusões, para que nas próximas situações usemos as medidas corretas dos nossos atos entendendo as suas possíveis consequências.
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O caos é nato, doença congênita, não opcional, já vem de fábrica em todos os seres humanos. CAOS é a consequência da falta de disciplina, o que é também algo completamente natural. A organização é conquistada com uso frequente da inteligência, o que exige muito esforço. A estagnação é preguiça. Por tudo isso não se pode ceder a este negativismo com o qual convivemos desde a infância. Matar os sonhos dos demais por ser mais fácil do que lutar para conquistar os nossos. Ver apenas pro
blemas e defeitos nos outros é manifestar aquilo que reconhecemos e não suportamos em nós mesmos. Assim, vive-se em um inferno mental, uma mentira, fazendo todos os passos nesta jornada se tornarem dolorosos, e enxergar no caminho apenas pessoas ruins que nos desejam o mau. A esmagadora maioria (quase a totalidade) dos problemas, são causados pela pessoa negativa que os enfrenta. Então, se o amor for vivido dentro de cada um de nós de uma maneira sincera, se conseguirmos transformar esta energia em atitudes, seremos capazes de reconhecer nos outros suas virtudes e acertos, e compreender seus defeitos e erros. Assim os empecilhos não seram mais do que meros obstáculos.
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Cada indivíduo tem algo de especial e único, e este algo é sempre diferente daquele que carregamos, portanto todos temos o que ensinar e muito o que aprender por aqui. Saber conviver em sociedade exige o saber conviver consigo mesmo- aceitação, superação. Para que haja aprendizado é necessário tam
bém entender o mistério da eternidade, aproveitando cada momento com todos os sentidos dos quais somos dotados, estando consciente e presente mentalmente durante todo o tempo da situação vivida. Os passados e os futuros foram e seram presente, e se não os vivenciarmos em sua totalidade, não teremos nunca uma visão fiel da realidade, pois apenas a consciência tem o poder de "desligar" a ilusão. É preciso criar o hábito de cultivar o tempo com a importância e o valor que este possue.
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É fundamental que tenhamos a adaptação como conceito compreendido e aplicado, pois a convivência não é habilidade nata do ser humano. É preciso utilizar a inteligência que possuímos e desenvolver os sentidos para que haja domínio, senão...só nos resta o caos pré-existente.
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Karla Keiko
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Inspiração pós palestra do mestre Talao: "A arte da convivência",
na escola de filosofia Nova Acrópole
www.nova-acropole.org.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Divagação doce.

Campo de açúcar, abelhas e formigas no paraíso. No sol é o inferno, as flores derretem em grandes pingos caramelizados, prendem em recheio insetos desesperados, paralizados em seu vício vital. O cheiro doce perfuma, alegrando transeuntes diabéticos, enojando crianças empanturradas de eletrizantes energizantes achocolatados. O frio endurece os pingos escorridos na grama e enche o chão de balinhas artesanais de variados tamanhos. Cubos de açúcar pendem em algumas plantas, soltando seu pó toda vez que uma brisa os encosta. Vão semeando novos pézinhos deliciosos das plantas desejadas, que rapidamente enfestam o campo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Clichê piegas de sentimento comum.

Com a cabeça zoneada. Sem lógica nem sentido. Ó céus! Ó céus! Que tragédia ordinariamente sem graça. Já fora best seller, blockbuster, campeã, primeira página do Guiness. Hoje se repete série a série na novela das 3, das 6, das nove, de todas as emissoras de TV. Coleciona pó nas estantes dos sebos provocantes nos becos. Ocorre também na caixola de todos - ou quase todos- os transeuntes atarefados, indecisos, incertos...INDESCRITÍVEL! Se tenta explicar, porém não se consegue unificar uma fórmula descritiva muito menos de salvação. São psicólogos, homeopatas, exotéricos. A realidade é que não há receitamatemática e lógica. Cada caso é um caso, já diria um motorista de ônibus qualquer. É único. Individual. Especial em sua complexidade. Por fim, autoconhecimento é hipoteticamente a solução, e como chegar lá, é problema seu!

.....Todos acreditamos ter um propósito, claro ou não. Dormimos para ele, comemos, pensamos, planejamos, cremos, sonhamos, vivemos, arrancamos folha por folha de nossos calendários santos, dia após dia. Conferimos o relógio de tempo em tempo - minutos. Viramos rancorosos, amargos, estressados com o atraso no horário marcado, a demora do ônibus, a fila na panificadora. E assim vamos, acumulando velinhas ano após ano. Até a pele enrugar, a melanina se esvair, os ossos se transformarem em esculturas em gesso. E pouco antes de morrer nos procuramos, os resquícios de nosso ser essencial. Reviramos as memórias ofuscadas pelas decepções e frustrações, e nada mais de concreto encontramos. E aqueles fragmentos de lembranças que nos restam parecem estar ali apenas para provar o quando os anos nos fizeram apagar. No que nos tornamos? Arrependimentos de uma vida vazia, cheia de desistências engolidas por convicções alheias. Meses desperdiçados atrás de um balcão qualquer, esperando aquilo ou aquele outro evento acontecer para revolucionar nossa rotina viciada. Dinheiro acumulado em uma conta bancária, que de boas histórias não pode se gabar - além de um extrato dispensável.
foto e texto por Mim.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cai o dia

Quando acordo pela manhã a mente é fresca.
Abro a janela e a brisa de quase verão balança levemente meus cabelos desajeitados.
Sinto cheiro misto de sono com perfume.
Sei bem o que fazer a seguir...
Comer. Escovar os dentes.
E depois?
_______Amnésia.
_______Esquecimento profundo.
_______Branco total.
_______A mente amortecida.

Levo o dia na lenga-lenga. Vagarosamente vagarosa. Sei que tenho mil coisas a fazer, mas são como pequenos milhos ainda crus que esperam a noite chegar, às 6 horas - quando tudo fecha, todos param - para estourar.

Pequenas pipocas de responsabilidades que iram esfriar, estouram diante de meus olhos cansados te tanto enrolar.
Penso em anotar.
Pra quê?
Amanhã vou lembrar...

O dia vem e a rotina se repete.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Criança divagadora eu fui.


(...)
E sempre que estava sozinha
tinha aquele sentimento,
que não era medo e não era vergonha,
era só a sensação esquisita de que
os pensamentos ditos em voz alta
simplesmente não a seguiriam porta a fora.
Iriam pairar pelo ar velho e usado,
até que alguém se fechasse ali,
esperando que cada palavra,
letra por letra,
entrasse nos seus ouvidos e os enchesse com o gosto da vitória,
que vem com o assassinato da curiosidade.
(...)


Pensamentos de uma japinha anã, receosa e cheia de criatividade e segredinhos bobos.
Quadro por Caroline Toigo - perdido por Cássio em um aeroporto europeu qualquer.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Chico Buarque, 1971


Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir

A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir

Por me deixar respirar, por me deixar existir

Deus lhe pague

Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí''

Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir

Um crime pra comentar e um samba pra distrair

Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui

O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir

Pelo domingo que é lindo, novel, missa e gibi

Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir

Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir

Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair

Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir

Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir

E pelo grito demente que nos ajuda a fugir

Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir

E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir

E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir

Deus lhe pague
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CHEGA Vossas Excelências*****?
***** Excelência (do latim excellentia) é o estado ou qualidade de excelente. É a superioridade ou o estado de ser bom no mais alto grau. A excelência é considerada como um valor por muitas organizações, em particular por escolas e outras instituições de ensino, e um objetivo a ser perseguido.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Renato Russo once said:


" Eu acredito que não existem heróis... Nós podemos ter pessoas realmente espetaculares, por exemplo figuras espiritualisadas, religiosas, que são grandes modelos para a humanidade. Mas na verdade todo mundo é igual. Eu não acredito que tenha uma verdade a mais. E principalmente a juventude. Se a juventude cair nesse erro de acreditar que sim... Elas inevitavelmente vão acabar descobrindo que seu ídolo tem pés de barro. "
Renato Russo.

domingo, 12 de julho de 2009

Idéias geniais noturnas.

Ás vezes sentada em frente ao computador, em belas tardes de sol, minha mente vaga por corredores vazios, caixas ocas e livros em branco.
A baba quase escorre nos cantos da boca, os olhos prestes a fechar. Os dedos apoiados no teclado, os olhos vão da tela à paisagem, da paisagem ao nada. Quero uma inspiração, quero lembrar do que tenho que fazer, compromissos que assumi, idéias de pesquisa que tive em outros momentos. Sei lá, qualquer coisa. Pego uma canetinha e uma folha em branco. Vou desenhar algo. Mas nada surge. O dia passa assim.
Todas as noites me persegue um outro empasse. Estou eu o dia todo pensando em dormir. A vontade vai embora e volta como quem não quer nada, só para lembrar que em algumas horinhas a cama macia com o edredom quentinho estaram me esperando. Tomo meu banho, escovo meus dentes, ponho meu pijama e me deito. A luz apagada, o Pedro já dormindo e meu cérebro funcionando. O corpo descança profundamente, mas a mente... Ah a mente, esta tem as melhores idéias imagináveis nessa hora do dia. A hora em que estou no conforto TÃO esperado desde o momento do café da manhã. A hora perfeita para fechar os olhos... e ter idéias brilhantes! São frases infalíveis, modelos de roupa, quadros, desenhos, textos - perdidos na memória, na gaveta do sono.
Quero ter ao lado da minha cama um caderno com uma lanterninha presa nele. Um que eu possa rabiscar rapidamente os projetos noturnos. Assim quem sabe eles não ficaram presos numa memória quase inacessível, intransponível, sacomé?

A foto acima não tem NADA a ver com o texto mais acima ainda! Esta foi tirada em New Quay, uma liiinda praia inglesa, aonde o povo supera as expectativas e desfaz a imagem do povo britânico que se tem vivendo em Londres. Paz, calma, simpatia, reflexão, longas caminhadas e boas risadas!

sábado, 11 de julho de 2009

Japoronga disse...
E digo mais: É uma gente egoísta, individualista, fora da realidade, distante do POVO - por mais piegas que isso pareça. Eles vieram de baixo, em grande maioria, mas por culpa de só olharem pro próprio umbigo, esqueceram-se o motivo que cada número a mais de votos os deu este crédito. Por quê aquela gente pobre, desestruturada, sem educação e instrução depositou toda a sua reserva de fé nas promessas de um ator que interpretou uma cópia de um modelo usado a 20 anos. Promessas que já vem impressas, de brinde, após a sua inscrição para candidatura!Eu não sei como podem dormir a noite, esses ladrões de milhões da classe trabalhadora, que acorda as 4 da manhã e ainda sofre com o medo de bandidos nas ruas, quando os piores estão dentro de carros blindados e palanques, com seus discursos hipócritas e sua aparentemente incurável falta de compromisso, sentimento e remorso. Como eles conseguem dormir tranquilos?

depois de ler...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"Você tem que ser uma pessoa boa, não otária"


Por Juliana em companhia de Kelly e Japa
em um belo dia de sol e risos
num parque de Canning Town, London.











Bom acreditar no caráter das pessoas. Ver sinceridade, sentir confiança. Diferentes? Sim - e muito. Os amigos são sempre únicos, cada um com algumas características que os define. Ás vezes irritantes, engraçadas, normalmente opostas das nossas. Aprender a rir das divergências de opinião. Enautecer os pontos positivos, as qualidades, que são virtudes. Conviver com sinceridade. Sem competições. Sem richas. Sem babaquice. É difícil encontrar gente assim, pelo menos por longo tempo, e ainda mais incomum pela tal eternidade. Os conquistamos, fomos cativados, e digo que isso é raro não por pessimismo, mas por puro realismo. Então digo de uma vez por todas: Valorize seus amigos que são como irmãos que se escolhe. Apoie, converse, debata e dê o valor correto à cada um!



Bom ter cruzado com algumas pessoas que valeram à pena!
- CHEERS
pros amigos de verdade que ainda estão lá no velho mundo.

Foto por mim, em um dos passeios turísticos por lá. Estes não são meus familiares, nem amigos - apesar de sentir uma simpatia pelo Horse ali! Enfim. Gosto da simplicidade no olhar da Tia de colete roxo e da placa que diz "BEWARE HORESES MAY KICK OR BITE THANK YOU!".


Temos que nos preocupar mais com o que SOMOS do que com o que os outros NÃO SÃO.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Canibalismo entre outras espécies.

Eu gosto SIM de animais. Gosto tanto que quando espeto um pedaço de picanha me fere a moral. Mas é o costume, fazer o quê? Vegetarianismo já fiz, por 5 meses, mas a falta de cuidado com a substituição de proteínas e vitaminas me trouxe de volta uma doença não muito agradável, que me pegou quando tinha lá meus 8 anos. A cegueira não é bem um incentivo para se parar de comer carne irresponsávelmente. No mesmo dia que a volta da atividade da bactéria foi diagnosticada, eu comi logo um hambúrguer de mignon! Foi um triste fim temporário da busca de um ideal. Sei lá. Desde então tenho que comer aqueles deliciosos bifes acebolados com meus olhos e mente fechados, as carnes mucho boas que o Gustavo ganhava no pub e preparava como ninguém lá em Londres, os churrascos corriqueiros aqui...Não posso pensar nos bichinhos, nas vacas, nas galinhas, nos porcos, na violência. No descaso com que tratam estas vidas. Estou ali, me sentindo hipócrita, pensando como eu preferia estar comendo batata, tomate seco, rúcula e até beringela do que aquele delicioso lagarto mineiro, que se eu pensar bem, me trás uma ância de vômito, um asco, um nó no estômago - eu sei o quanto é difícil nos libertarmos de velhos hábitos da sociedade. Fomos a uma mostra de projetos de conclusão de curso de alunos de design de uma universidade de Londres. Em um dos balcões nos deparamos com galinhas de pelúcia dentro de pacotes de frango assado vendidos em um supermercado X, caixas de ovo com pintinhos dentro, patos de pelúcia com os riscos de corte, e assim por diante. Gostei muito do projeto, tirei minhas conclusões mas fiz questão de conversar com o criador. O russo com sotaque pesado me explicou que queria fabricar a linha de brinquedos infantis, que o contato com a origem do alimento foi perdido, e quem sabe se a criança tivesse que matar um boi, não comeria mais a carne. Hoje compramos a bandeja no mercado e ignoramos - vezes por falta de informação, vezes por descaso - o desmatamento para o cultivo de animais, as redes de fastfood que não param de crescer. Os baldes com asinha de frango e meio litro de gordura vendidos a preço de banana nos tais "países de primeiro mundo". O que é isso? Os cães acorrentados, magros, sarnentos, tristes, solitários? Violentados, desrrespeitados, largados ao próprio azar. Os pássaros encarcerados, asas cortadas, o canto em sua língua que pede por socorro, liberdade. Querem ver o mundo com a mesma possibilidade de escolha que nós achamos que temos. Nós, que também estamos presos dentro das realidades falsas e vendidas que seguimos fielmente. Achamos que somos independentes, seres feitos de escolhas, mas no máximo optamos pela marca do creme dental, dentro de tantas que são dum mesmo sistema podre, que visa lucro antes de bem estar, saúde, respeito. RESPEITO. É isso que nos falta, e tanta gente falando, sabendo, fazendo, e TANTAS outras vivendo iludidas infinitamente nessa mentira. Vive-se para nada. - O problema não é morrer, e sim o fato de as pessoas não viverem mais. - algo assim no filme de ontem. Um outro filme que mexeu mesmo comigo foi INTO THE WILD. História real de alguém que estava cansado da hipocrisia da sociedade, da imagem exigida, status, e foi viver sua vida de uma maneira diferente. Enfim, assistam. Mas reflitam. Eu tenho que refletir também! Bom, eu comecei falando de carne. Quero terminar falando de carne.
Você sabia que a China consome 51% da carne de porco mundial?
Que nós brasileiros estamos desmatando nossas matas virgens para destinar seu espaço ao plantio de grãos e a cultura bovina, sendo que a maioria destes é exportada para China e outros países? Nossos grãos alimentam os porcos criados por lá e consumidos por lá.
Que se usássemos as riquezas que existem nas florestas ganharíamos muito mais DINHEIRO. Pesquisas inteligentes, não brutalidade impensada. Remédios, cura, avanço.
Que a carne não é indispensável na nossa alimentação.
Que a carne de vitela é macia daquele jeito pois os bezerros são colocados em baias com espaço insuficiente para que exerçam suas funções mais básicas, como se virar ou andar, sem nunca se exercitar ou receber banhos de sol.
....??????????????????????????????????????
Eu podia escrever um livro de indignações. Mas não sei ainda se é o bastante.
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Foto por mim.

As saudades.




Desde o começo - digo começo por aquilo que nos lembramos e aquelas memórias esquecidas em uma caixa empoeirada - aprendemos a conhecer e aí então tirar conclusões positivas ou não a respeito de tudo que nos envolve - e mais pra frente até sobre o que não nos diz respeito. Gostamos, desgostamos, somos críticos de comida, música, filmes, roupas, atitudes e o que mais aparecer em nosso caminho.
Uma pessoa normal gosta mais do que desgosta. É mais a favor do que contra. Normal? Talvez a palavra correta seja sensata, equilibrada, mais concentrada em utilidades do que futilidades - meros detalhes.
Quando acreditamos em algo, cuidamos, conhecemos o máximo que podemos, nos acostumamos com a presença, com a companhia. São lugares, pessoas, animais, objetos. São futuras lembranças que pouco a pouco vão nos compondo. Nos apegamos àquilo que amamos. O que torna nossos dias mais calmos, nos dá força pra continuar a viver com esperanças sempre de coisas, dias, experiências melhores, mais significativas, gratificantes.
A saudade é algo incrívelmente bom. Expressa sentimento de cuidado, carinho e o real valor com que encara aquilo que lhe faz falta. É sinal de respeito. Amor. Tudo depende da forma com que você pretende encarar as suas. Sofrer desesperadamente? Chorar, se trancar num quarto escuro ou achar formas de extravasá-la? Extravasar de uma forma saudável, com resultados decentes. Ir a lugares que te tragam lembranças, cheiros, sabores que amenizem um pouco a dor. Não é necessário trair confiança com a desculpa da falta.
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Vivemos então de saudades dos bons e velhos tempos, das alegrias antigas, até mesmo da dor. O único erro é viver em função do passado. Arrependimentos, atitudes não tomadas, peso morto e inútil. Podemos só aprender com os erros, e para se chegar a essas conclusões precisamos refletir sobre as situações. Mudar de verdade, crescer.
O futuro é expectativa, mistério, planos, desejos e objetivos. O “eu” do amanhã é reflexo do de hoje e leva-se tempo dedicado no passado e no presente pra chegar no futuro desejado, para que se possa sentir saudades novamente com orgulho do que se conquistou.
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Foto por mim no tal do Anila. O Boi melancólico - tempos que não viveu.

domingo, 14 de junho de 2009

Quero ir pra um lugar assim.

Estava eu ali.
Sentindo aquela paz.
Vendo aquela paz.

Silêncio macio - deve ser assim.
Ouvia a turbina. Ignorava e sentia aquele nada.
Aquele vazio preenchido ali fora.
O tapete de nuvens.
O céu que era meio breu meio descolorido.

Tons que iam do negro ao azul escuro.
Azul claro.
Mais e mais se misturando sutilmente com um amarelo suave.
Acima apenas uma estrela brilhava.
Um planeta?
Com ou sem vida?
Sonhos? Esperança?
Bela vista e silêncio pra refletir eu acredito que sim.
Só assim... Só assim...











(Enquanto estou lá em cima olhando estupefata pela janela, sempre me surpreendo com a vista, com a beleza absurda que tem por lá, e olho pro lado e as pessoas estão babando, ouvindo aquelas rádios péssimas de avião, olhando para o teto, tudo menos admirar lá fora. Eu me pergunto se eu sou uma idiota completa, se realmente ali não tem nada que interesse, ou se as pessoas estão preocupadas demais com o que o vizinho de poltrona irá pensar, com o valor do dólar...Com a marca ridícula de regata que ficaram por andar no sol por 5 horas sem protetor.... Sei lá, como eu diria.)
Foto por mim em algum lugar entre Curitiba e Londres.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A vida e suas expectativas.
Um dia você esta totalmente deprimido.
Arrasta-se pelo seu apartamento - que não é seu - totalmente mal decorado, seu quarto nada ensolarado, escuro, triste. O quarto de alguém... O trabalho que era pura ilusão. Que te fez de idiota. Que você, cheio de convicções, caiu num truque besta de uma empresa que te faz comprar um sonho que não é seu, que te faz vestir a camisa de algo em que você nunca acreditou. Finalmente você cai na real. Aquilo não é seu. Que se dane o mundo. Cai fora, desemprego, inverno, escuridão.
ESPERANÇA do nada.
Uma visita ao seu país de origem e você pensa que tudo tomara outras formas, que você terá mais força, objetivos mais claros. Você viaja, revê amigos, família. Anestesia a saudades, que logo voltara a doer. Mas hey, você se vai, a saudades ainda não bateu de verdade. Você faz mais planos, revê finalmente o seu amor. Reestabelece nova base, nova forma de viver o relacionamento. Vocês têm novos planos, que desta vez soam mais consistentes. Novamente a vida toma novos rumos, e mais uma vez vocês mudam os planos. E é difícil de admitir no começo, mas tudo faz sentido, o coração bate mais forte e o futuro fica cada vez mais claro, mais tangível.
Agora as decisões foram tomadas definitivamente. As passagens compradas. As malas começaram a ser arrumadas. A despedida da cidade que nos fez crescer abruptamente e ao mesmo tempo suave e conformadora. Ela que nos fez enxergar a vida como ela supostamente é, que nos fez reconhecer e aceitar conceitos que antes soavam vagos. Agora a despedida começa, ir pra não voltar por muito tempo, "nunca mais vamos morar aqui", nos dizemos. E eu, sinceramente acredito. Não aqui, mas que sabe em outra, que nos trará lembranças boas e ruins, assim como Londres nos trouxe... Enfim, o futuro é desconhecido e nosso próximo destino e bem definido, e pelo menos pelos próximos 4 ou 5 anos estaremos por lá. Agregando conhecimentos, desfrutando da família e amigos e fazendo a nossa base mais forte.
Mas mesmo com todo o esgotamento que estamos deste lugar, começa a doer deixar as pessoas que tivemos aqui como nossa família. Os amigos que conquistamos. Digo conquistamos, pois realmente é assim. Começar do zero um circulo de amizades, de confiança, de reciprocidade. Pois é fácil se doar, mas ter algo em troca quando você precisa é raro. Aqui atraímos pessoas de alma nobre, com defeitos como todos nos, mas com caráter. Ficam guardados no coração e na memória todos os momentos, o vento, o barulho do rio enquanto eu comia aqueles sanduíches horríveis do Teatro nos meus longos breaks de duas horas, as conversas jogadas fora com os amigos no primeiro apartamento, as outras que literalmente foram tempo perdido no segundo, e as pessoas queridas que conhecemos nessa ultima passagem. Aquelas pessoas que foram a nossa família, nossos amigos e nossos inimigos. Tudo o que fez a nossa historia nesse lugarzinho deprimente, feio e que só é o que é pela beleza da mistura, que poderia ser bem mais forte. E que nos tivemos a sorte de vivenciar.
Uh. Sim. Nostálgico, sim. Mas são palavras que vem sem muito pensar, sem muito esforço e que talvez sejam tidas como exagero e mal colocadas por alguns. Mas, Who cares?
:}

terça-feira, 2 de junho de 2009

Filosofia - Noel Rosa

O mundo me condena__________E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome_______Deixando de saber

Se eu vou morrer de sede___________Ou se vou morrer de fome.
Mas a filosofia____Hoje me auxilia____A viver indiferente assim.

Nesta prontidão sem fim_____Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.____Não me incomodo
Que você me diga_____Que a sociedade____É minha inimiga.
Hoje cantando neste mundo____Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.
Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.

Absurdo

Havia tanto pra lhe contar...
A natureza mudava a forma o estado e o lugar.

Era absurdo!
Havia tanto pra lhe mostrar...

Era tão belo...
Mas oNegritolhe agora o estrago em que está!
Tapetes fartos de folhas e flores, o chão do mundo se varre aqui. Essa idéia do natural ser sujo, do inorgânico não se faz.
Destruição é reflexo do humano.
Se a ambição desumana o Ser.
Essa imagem infértil do deserto...Nunca pensei que chegasse aqui!
Auto-destrutivos, falsas vitimas nocivas?
Havia tanto pra aproveitar...Sem poderio!
Tantas histórias, tantos sabores. Capins dourados...
Havia tanto pra respirar! Era tão fino! Naqueles rios a gente banhava...
Desmatam tudo e reclamam do tempo! Que ironia conflitante ser desequilíbrio que alimenta as pragas. Alterado grão, alterado pão.
Sujamos rios, dependemos das águas...Tanto faz os meios violentos.
Luxúria é ética do perverso vivo!
Morto por dinheiro...
Cores, tantas cores, tais belezas foram-se. Versos e estrelas. Tantas fadas que eu não vi.
Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão. Deram o galinheiro pra raposa vigiar !!

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Cantada por Vanessa da Mata.
Foto da Praia do Pinho.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Eu fico chocada quando minhas amigas são levadas pelo Fazendeiro. A gente da leite pra ele por muito tempo. A gente constrói uma família aqui. Você encontra o Boi da sua vida. Tem vaquinhos e vaquinhas e derrepente alguem sente vontade de comer um hamburguer, e eles vao usar uma fatia da sua bundinha bem passada. É inaceitável. Mas eu nunca desisto, se eu posso ser vegetariana minha vida inteira, você também pode! "NEVER NEVER NEVER GIVE UP!- Mrs Cow.

"O erro da ética até o momento tem sido a crença de que só se deva aplicá-la em relação aos homens." - Dr. Albert Schweitzer
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"Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação a natureza e aos animais." - Victor Hugo
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"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais...os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento." - Charles Darwin
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"A proteção dos animais faz parte da moral e da cultura dos povos."(deveria fazer, pelo menos) - Victor Hugo
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"A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana." - Charles Darwin
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"No semblante de um animal, que não fala,há um discurso que somente um espírito sábio realmente entende!"
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Respeitar os animais é dever de todos, amá-los é privilégio de alguns.
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desenho meu nos tempos de escrava de vendas.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Teatro do Oprimido - Augusto Boal


No começo dos anos sessenta Boal era diretor do Teatro de Arena de SP. Um dia, durante uma viagem pelo nordeste, estavam apresentando para uma liga camponesa um musical sobre a questão agrária que terminava exortando os sem terras a lutarem e darem o sangue pela terra. Ao final do espetáculo um sem terra convidou o grupo para ir enfrentar os jagunços que tinham desalojado um companheiro deles. O grupo recusou e, neste momento, Boal percebeu que o teatro que realizava dava conselhos que o próprio grupo não era capaz de seguir. A partir de então começou a pensar que o teatro deveria ser um diálogo e não um monólogo.
Até este momento tudo não passava de uma idéia a ser desenvolvida. Somente em 1971 no Brasil, nasceu a primeira técnica do Teatro do Oprimido: o Teatro Jornal. Inicialmente com o objetivo específico de lidar com problemas locais, rapidamente passou a ser usado em todo o país. O Teatro Fórum veio à luz no Peru, em 1973, como parte de um Programa de Alfabetização; hoje é praticado em mais de 70 países. Continuando a crescer, o TO desenvolveu o Teatro Invisível na Argentina, como atividade política, e o Teatro Imagem, para estabelecer um diálogo entre as Nações Indígenas e os descendentes de espanhóis na Colômbia, na Venezuela, no México... Hoje, essas formas são usadas em todos os tipos de diálogos.
Na Europa, o TO se expandiu e veio à luz o Arco-Íris do Desejo — inicialmente para entender problemas psicológicos, mais tarde para criar personagens em quaisquer peças. De volta ao Brasil, nasceu o Teatro Legislativo, para ajudar a transformar o Desejo da população em Lei — o que chegou a acontecer 13 vezes. Agora, o Teatro Subjuntivo está, pouco a pouco, vindo à luz.
O TO era usado por camponeses e operários; depois, por professores e estudantes; agora, também por artistas, trabalhadores sociais, psicoterapeutas, ONGs... Primeiro, em lugares pequenos e quase clandestinos. Agora, nas ruas, escolas, igrejas, sindicatos, teatros regulares, prisões...
Além da arte cênica propriamente, também existe a finalidade política da conscientização, onde o teatro torna-se o veículo para a organização, debate dos problemas, além de possibilitar, com suas técnicas, a formação de sujeitos sociais que possam fazer-se veículo multiplicador da defesa por direitos e cidadania para a comunidade onde o Teatro do Oprimido está a ser aplicado.
Aplicado no Brasil, em parceria com diversas
ONGs, como as católicas Pastoral Carcerária e CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), ou movimentos sociais, como o MST, as técnicas de Boal ganharam mundo, sendo suas obras traduzidas em mais de 20 idiomas, e ganhando aplicação por parte de populações oprimidas nas mais diversas comunidades, como recentemente entre os palestinos.


O Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes, e a democratização do teatro.
O TO parte do princípio de que a
linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.
Dentro do sistema proposto por Boal, o treinamento do ator segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.
Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o Teatro do Oprimido terá sua aplicação.


O Teatro invisível é uma forma de encenação na qual apenas os atores sabem que de fato há uma encenação. Aqueles que a presenciam devem considerá-la um acontecimento real, seja ele banal ou extraordinário dentro da expectativa onde ocorre, e por isso é impreciso chamá-los “espectador”, que indica o apreciador de um espetáculo que aceita a ficção como realidade sempre consciente desse jogo de faz-de-conta. Para que seja realizável, o teatro invisível ocorre geralmente em espaços públicos ou de ampla circulação, não em um edifício teatral. O “espectador” torna-se participante inconsciente da representação imprevisível. Cabe ressaltar que ao final da performance os atores devem revelar que o fato ocorrido foi uma encenação de teatro, de modo que, ao final da cena, os "espectadores" possam refletir sobre o que viram. Por exemplo, o ator pode simular um mendigo numa rua, verificando as reações dos transeuntes que, então, são levados a reagir espontânea e verdadeiramente ao questionamento que se lhe apresenta.
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Foi-se o Augusto....